terça-feira, 2 de julho de 2013

Nas asas do tempo...


Foi na pausa da poesia que a vida se fez canção.
Duas ou três folhas amareladas pelo tempo 
traçaram os rastros de uma vida inteira.
Os olhos que ali se encontraram 
aprenderam a navegar por um mar de delicadezas.
Caminhou pelas linhas da singularidade, estendeu as mãos 
para recolher a sacralidade que seu coração resolveu contemplar.
Dobrava as esquinas. Caminhava com passos miúdos, quase silenciosos.
Nas asas do tempo, me escondi e me encontrei.
Percorri um labirinto de curvas, paredes e muros.
Bati a cabeça, inúmeras vezes.
Só depois o tempo me mostrou que o amor é sem saída.
Rendida, abracei as belezas da vida. Fiz canção, voei. Fui pássaro encantado.
Depois de muito navegar, percebi que é dentro de mim que quero morar...

* Poema escrito a quatro mãos com Chrys Capelli

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