domingo, 27 de novembro de 2011

Extremos...

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Palavras feitas de encontro, contradição
Pretérito de lembranças indefinidas
Presente no imperativo
Futuro no infinitivo, horizonte
Universos próximos, desencontros
Longo caminho feito de extremos
Lágrimas e sorrisos na mesma divisão
Bagagem cheia de excessos pede passagem
A procura da próxima palavra
Que possa rimar, ou não.

Por Carol Righetto

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Acaso...

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Sempre ouvi a frase: "Nada acontece por acaso". Confesso que às vezes insisto em querer acreditar.
Tão mais cômodo quando o "acaso" é favorável, mas quando os ventos são contrários só fico dançando com os "porquês".
Vez em quando ele sai pra passear com a distração e esquece de voltar, pega o atalho errado, esquece do tempo, erra o caminho.
A única certeza é continuar mergulhada no mistério, inesperado e ilimitado.
Ah se a vida contasse os segredos que guarda com ela...

Por Carol Righetto

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Não procuro...

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Não procuro:
Motivos onde não há razões
Respostas onde não há perguntas
Abrigo onde não há espaço
Essência onde não há vida
Gesto onde não há encontro
Saudade onde não há lembrança...
...quando o sentir deixa de ser.

Por Carol Righetto

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Travessia...

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Caminhei na direção certa
A chuva apagou minhas pegadas
Atravessou minhas certezas
Fez da sombra sua dúvida
Deixou pra trás o tempo
Dos passos que não cabem na alma
Para buscar outros caminhos
Que apontem novos fins
Resguardando pequenas gotas reticentes.

Por Carol Righetto

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pedaço...


Deixo um pedaço de mim
Quando escondo uma verdade
Quando julgo sem motivos
Quando não lhe estendo a mão
Quando nego um "obrigada"
Quando não divido um silêncio
Quando minha prece é efêmera
Quando meus atos não são concretos
Quando condição prevalece ao incondicional
Quando minhas palavras são vãs
Quando quebro uma confiança
Quando faço prevalecer minha pior parte
Deixo partir...prefiro sempre encontrar minha parte inteira.

Por Carol Righetto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lentes desfocadas...


A claridade invadiu os caminhos para fazer ajustes. Por muito tempo as lentes insistiram em ficar desfocadas. Não soube e não pude enxergar com nitidez, ela demora a querer chegar. Meus olhos, antes inocentes, teimaram em querer acreditar.
Pequenas invasões silenciosas dotadas de beleza e aparentes verdades não revelam seus verdadeiros tons.
Tudo que se funde em um disfarce distante, por vezes se revela com maior claridade.
O que resta é o inevitável encontro com o real, sem excessos.

Por Carol Righetto

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Respirar...

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Piso no chão do presente
Para buscar novos (re)começos diários
Tomo um café amargo
Para acordar a vida
Visto doçura e fé nos dias
Para o respirar ser sempre mais leve.

Por Carol Righetto

sábado, 5 de novembro de 2011

Percepções...

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A alegria é um horizonte onde o fio da tristeza perpassa,
recolhendo eternidade na finitude de cada passo,
tocando com a ponta dos dedos
o que ainda não consegue alcançar,
fazendo com que a vida se alongue em cada sonho.

Por Carol Righetto



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Do que cabe...


Quantas vezes minhas mãos me desobedeceram e insistiram em escrever, como uma forma bonita de chegar.
Tenho o costume de guardar tudo o que escrevi ao longo desse tempo, em que partilhei coisas tão minhas, que hoje não sei se cabem.
Olhando para os escritos percebi que só haviam os envios, nunca as respostas.
Talvez alguma resposta indireta, quando em sua fala percebia tanto do que só eu sabia, mas entre o concreto da certeza e o talvez, existe uma distância muito grande que cansei de tentar percorrer.
Minha espera nunca foi grande, um "conte comigo" já ocuparia um lugar sagrado para mim.
No entanto, essas palavras nunca saíram da singularidade, por isso ficaram mudas. Mudaram de lugar, de lar. O mundo dá suas voltas, traça seus contornos.
Meu olhar continua desarmado para os encontros que a vida faz, mas hoje aprendi a olhar devagar. Chega de olhares curiosos e apressados.
Só permanecerá o que for recíproco, cheio de gestos concretos de sinceridade e inteireza, atitudes que cabem inteiras no meu mundo.

Por Carol Righetto