segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tom...


dos passos dados em vão
u e refém das próprias razões
MInimamente exposto pelas palavras.
cil respirar de uma verdade
SOLitária, em busca da próxima
grima que compõe o tom do
SIlêncio tocado por um existir.

Por Carol Righetto


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Leveza...


Sem passos marcados
a alma estava distraída em um dia nublado.

O respirar se fez mais leve,
deixando nos espaços vazios uma fresta de (c)alma,
emoldurada na leveza da paisagem
que o coração decidiu contemplar.

Deixando que a totalidade da vida
se escondesse nas miudezas de cada instante.

Por Carol Righetto


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pedido...

Imagem by weheartit

Caminhei até meu quarto, peguei no armário minha caixa de madeira.
Isolei-me, precisava de espaço. Em meio a tantos retalhos que fazem parte de uma história, voltei no tempo para revisitar minhas reminiscências e constatar o que realmente importa, ou não.

Claro que tudo faz parte de um todo que nos constitui, mas tem coisas que não precisam mais existir, para que outras possam ganhar espaço.
Como mensurar a importância das escolhas? Não só as minhas, mas de uma forma geral. Não sei, vivo pra saber.

O que realmente importa? Quem realmente se importa em um mundo onde o humano está longe do SER-humano?!

Exigências, pré-questionamentos, liquidez, falta de mãos dadas, onde o sincero se tornou sem importância. Entre tantas coisas parece que o essencial ainda falta. Ouço ecos de um espaço vazio.

A única coisa que cortou meu silêncio foi o vento forte que entrou pela janela e fez com que minhas mãos se machucassem com a tampa da caixa que se fechou contra meus dedos.

Voltei meus olhos para o céu, uma estrela me chamou atenção.
Caminhei entre elas, fiz um pedido.
Puxei um fio de vida para ganhar novos contornos, e me deixei guiar pelo brilho de um pedido estendido no tempo.

Por Carol Righetto 

 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tem olhares que são prismas para a vida...


Existem olhares que abrem as janelas da alma e a enchem de cores
Olhares que não medem distâncias, são feitos de proximidade
Proximidade que alcança sem precisar dizer, como uma prece
Emprestam cuidados, colo, choram e sorriem, são feitos de abraço
Refletem sua melhor parte, alcançam o âmago
Olhares carregados de histórias, que sabem tocar a vida
E perscrutar os mistérios que o cotidiano oculta
Trazendo um aconchego de paz
Com seu processo de devolução.

Por Carol Righetto

PS: Inspirado pela frase que dá título ao texto. Frase de Poeta da Colina.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Horizonte...

Imagem by weheartit

Passos em direção às águas não são capazes de medir quanto mar cabe em uma vida.
Quantos ventos sopram as direções? 
Calmaria se transforma em tempestade, vento forte se dissipa em brisa mansa e traz paz.
Silenciam em espera, onde o prumo aponte o rumo em que tudo é mais simples.
E os olhos não mensurem o espaço em que céu e mar dividam um horizonte, de sentido.

Por Carol Righetto

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sem precisar dizer...

Esvaziar-se das próprias razões
Esquecer-se do tempo, dos ecos
Na fala que não precisa de pausa
Para a vida caber no agora
O não dito, (re)velado, silenciado
A completude de um silêncio
Transborda qualquer palavra.

Por Carol Righetto

sábado, 8 de outubro de 2011

Detalhe...


Foi no detalhe em meio ao cinza que os olhos se fixaram
No contrário da cena a vida insistia em dizer
Em estar, em permanecer, em ser com
E sempre poder voltar
Assim, entendeu o que era liberdade.

Por Carol Righetto

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Contra o tempo...

Imagem by weheartit

Meia-noite, uma estrela
Onze segundos se passaram
Dez folhas em branco
Nove linhas incompletas
Oito dias ainda não chegaram
Sete passos do caminho
Seis meses já se foram
Cinco minutos de tempo
Quatro horas da manhã
Três palavras rascunhadas
Dois motivos incertos  
Um sonho.

Por Carol Righetto

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Harmonia...


Este é meu violão, ele e o meu reflexo. Ganhei quando tinha uns 18 anos. Nunca aprendi a tocar, mas a vontade de aprender nunca passou.
Quando pequena tocava teclado. As notas soavam com tanta facilidade, o som saía ritmado, não precisava de afinação.
Hoje já não me lembro da leitura das partituras, de todos os acordes, apesar de ainda tocar algumas canções "de ouvido".

Pausas e semitons - presentes na música, presentes na vida.
O aprender a tocar é só um detalhe, de tempo. Há harmonias que ainda podem nascer.
Vou, dedilhando os sons que ressoam pelas partituras e tons de uma canção maior.

Por Carol Righetto